A região do Alto Tâmega e Barroso, abrange uma área, aproximada, de 2 922 km2 compreende os municípios de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar e corresponde à sub-região estatística NUT III – alto Tâmega, da Região Norte de Portugal, de acordo com a Lei nº 75/2013 de 12 de setembro.
De acordo com os censos de 2021, a população residente do Alto Tâmega e Barroso é de 84.248 habitantes.
A centralidade estratégica do Alto Tâmega e Barroso no sistema territorial do Norte de Portugal sai reforçada quando este se enquadra no sistema territorial da Euro-região Galícia-Norte de Portugal (G-NP), com a qual partilha afinidades históricas, culturais, linguísticas e económicas e, mais recentemente, institucionais.
Sendo uma região de interior (embora estrategicamente situada), o Alto Tâmega e Barroso é também uma região de fronteira. A dimensão e a história da sua fronteira com a Galiza permitiram o reconhecimento de regiões transfronteiriças com características peculiares e justificaram entre outras iniciativas, a criação da Eurocidade Chaves-Verín, estando deste modo criadas condições ímpares à divulgação e promoção dos eventos do Alto Tâmega e Barroso no outro lado da “fronteira”, garantindo desta forma um espaço alargado de atratividade às dinâmicas Alto Tâmega e Barroso.
As acessibilidades, até há poucos anos consideradas como um dos principais constrangimentos ao desenvolvimento do Alto Tâmega e Barroso (e marca da interioridade), são agora um dos trunfos desta região (do ponto de vista de quem vem do interior sul ou do litoral de Portugal, ou da Galiza), pois a abertura dos eixos rodoviários A24 e A7, aliada à proximidade da A52 (Auto-via das Rias Baixas), colocam-no a poucas horas de distância do litoral português e do galego, e de centros tão importantes como Porto, Braga, Guimarães, Santiago de Compostela, Coimbra, Guarda, Zamora, Lisboa ou Madrid.
O Alto Tâmega e Barroso é ainda caracterizado por paisagens de montanhas, planaltos e vales encaixados, heterogeneamente distribuídos pela região, da qual participam, no todo ou em parte, as serras da Padrela, Gerês, Barroso, Larouco, Cabreira, Falperra e Alvão.
O Alto Tâmega e Barroso apresenta recursos energéticos eólicos em fase de clara expansão, bem como recursos geológicos e minerais que estão na origem de várias explorações, com altos e baixos, ao longo da sua história: granitos; ouro e prata (Jales, Gralheira e Tresminas) e, volfrâmio (Borralha).
Os seus recursos hídricos envolvem parte das bacias dos rios Tâmega, Corgo, Tua, Rabaçal, Torto, Tinhela, Bessa, Cávado, Homem, algumas das quais estão na origem de albufeiras com aproveitamento hidrelétrico, regadio e lazer.
As fortes marcas da romanização desta parte do território nacional constituem-se como um grande atrativo turístico e alicerçam uma estratégia de promoção regional a desenvolver e aprofundar com a consistência proporcional à atratividade que se pretende obter, através de candidaturas a fundos comunitários.
Os recursos endógenos da região e o valor acrescentado que se pretende vir a conseguir em adição à exploração, através da fixação de financiamentos provenientes dos diferentes períodos de candidaturas a fundos comunitários, contribuirão também fortemente para alavancar a atratividade desta região do Alto Tâmega e Barroso e terão um papel fundamental na rede diversificada de fatores diferenciadores que se pretendem potenciar para afirmar e melhorar a competitividade regional.
No que respeita ainda a outros recursos naturais, o Alto Tâmega e Barroso oferece águas minerais naturais de qualidade reconhecida a nível nacional e internacional, das quais se destacam as nascentes de Salus, Campilho, Vidago, Pedras Salgadas e Carvalhelhos, para além de outras nascentes de águas minerais naturais por explorar, que emergem em vários locais dos concelhos que integram este território.
O clima do Alto Tâmega e Barroso é considerado, de uma forma geral, como confortável e confortável fresco, sendo que na zona do barroso o clima é fresco, com nevões frequentes no Inverno.
Quanto aos solos, apresentam, na sua maioria, alguma aptidão para pastagens e para exploração florestal, sendo menos os que têm boa aptidão agrícola, estes, de uma forma geral, concentrados nas veigas. A região oferece, mesmo assim, produtos de boa e distintiva qualidade e, alguns, já com certificação e uma rendibilidade apreciável. Produz-se em abundância castanha, batata, carnes e alguma fruta, vinho, mel e azeite.
A existência de um património natural que integra ecossistemas diversificados, dos quais fazem parte parques naturais, reservas ecológicas e áreas protegidas, acrescidas de sítios de relevante valor paisagístico, e respetivos miradouros e pontos de interesse, justificam que se fale de áreas de interesse turístico.
Esta região conserva também numerosos vestígios do passar dos tempos e que estão na origem de importante património construído que testemunha os períodos marcantes da história: neolítico (mamoas, arte rupestre,…), castros da idade do ferro, romanização (habitats, muralhas, termas, vias de comunicação,…), época medieval (povoados, castelos, sepulturas,…), arquitetura tradicional (fornos, casas tradicionais,…), arquitetura senhorial (casas solarengas, fontes…), arquitetura religiosa (alminhas, igrejas, cruzeiros,…).
Em síntese, a região do Alto Tâmega e Barroso apresenta-se como um território de oportunidades, com reconhecidas potencialidades no âmbito do turismo, para as quais contribuem, entre outras, as seguintes especificidades:
-uma região arquétipo da interioridade e da ancestralidade no contexto do Norte de Portugal, do Sul da Galiza e de Trás-os-Montes;
-uma região-lugar de comutação ancestral da portugalidade e da galicidade, que soube, em cada época, aproveitar as circunstâncias para encontrar as respostas aos novos desafios (contrabando, antes, rotas do contrabando, agora; coutos mistos, antes, rotas turísticas dos coutos mistos, agora; fronteira-lugar de transição, antes, euro-região e euro-cidade, agora);
-uma região com um património natural diversificado e de eleição: montanhas, vales, rios, ribeiros, bosques de espécies autóctones, parques naturais, pontos de interesse paisagístico;
-uma região com artesanato peculiar: os barros e cestaria de Nantes, as mantas de Soutelo e Dadim, os linhos de Ribeira de Pena, as capas de burel do Barroso, entre outros.
-estátuas pré-históricas (estátua do Lesenho, em Boticas; estátua-menir, em Chaves, exemplares raros a nível europeu da idade do ferro, …);
-castros (Carvalhelhos, Curalha, e mais de 50 em toda a região);
-calçadas, marcos miliários e pontes romanas (em todos os concelhos);
-castelos (Montalegre, Vila Pouca de Aguiar, Chaves, Santo Estevão, Monforte) e pontes medievais, em todos os concelhos, algumas com lendas capazes de entusiasmar os imaginários dos viandantes (ponte da Misarela, Montalegre);
-igrejas românicas e barrocas (em todos os concelhos);
-muralhas seiscentistas (Chaves);
-casas solarengas, aldeias e lugares perdidos no tempo mas conservados (Ribeira de Pena, Valpaços, Montalegre, Boticas, Chaves e Vila Pouca de Aguiar);
-uma cidade romana (Aquae Flaviae) cada dia mais posta em evidência, por via das investigações arqueológicas (Chaves);
-termas romanas de águas quentes (Chaves), exemplar raro na Europa, com grande potencialidade de atração no âmbito do turismo cultural, especialmente após a conclusão do respetivo museu temático.
-alguns exemplares de arqueologia mineira (minas da Borralha em, Montalegre, Tresminas e Jales em Vila Pouca de Aguiar).
-uma região com um património imaterial característico, capaz de captar o interesse da modernidade: lendas, estórias, história, saberes, costumes, mezinhas, festas e romarias;
-uma região que soube preservar no seu seio, e divulgar, um particular património cultural (Barroso e todos os seus costumes, tradições e paisagens).
-uma região com boa oferta de alojamento, restauração, diversão e lazer (Turismo em Espaço Rural, hotéis e pensões, parques de campismo, parques termais,…) num contexto urbano com identidade patrimonial e natural;
-de um modo geral, está em curso, nas cidades e vilas do Alto Tâmega e Barroso, o reforço da urbanidade, reabilitando os centros históricos de casarios antigos e varandas peculiares, e importantes monumentos históricos em paralelo com a construção de modernos equipamentos sociais, culturais, educativos e desportivos, com destaque para expansão e qualificação de áreas verdes de utilização pública;
-a conjugação da tradição com a modernidade torna-se expressiva, ainda, por via dos recentes empreendimentos que constituem mais uma fonte de atração para os turistas: o Hotel-casino, em Chaves, o empreendimento Aquanattur, em Chaves (Vidago) e Vila Pouca de Aguiar (Pedras Salgadas) e, numa dimensão eminentemente cultural, a Fundação Nadir Afonso, em Boticas e o Museus Nadir Afonso, em Chaves.